Energia e a economia do Brasil
De fato, em relação a outros países, o consumo per capita de energia no Brasil é baixo. Um quarto de toda a eletricidade gerada segue para uso residencial - 48% vai para a indústria e o restante é distribuído entre os setores comercial, público e rural. Uma família típica de classe média com cinco pessoas, por exemplo, usa energia elétrica no dia a dia com iluminação, aquecimento de água, refrigeração e força motriz para equipamentos eletrodomésticos. Tudo isso requer um consumo mínimo de 220 quilowatts-hora por mês - cujo baixo valor é favorecido pela matriz energética brasileira.
Graças à geografia rica em bacias hidrográficas, 85% do território nacional é abastecido por hidrelétricas. Se comparada com as fontes predominantes no mundo - termelétrica e nuclear -, a taxa de emissão em geral é baixa, de apenas 6 gramas de CO2 por quilowatt-hora consumido. Embora também, dependendo da localização da usina, o metano, outro gás do efeito estufa aindamais potente que o dióxido de carbono, pode ser liberado. Mas a maior ameaça ao equilibrado uso de energia é a expansão do número de consumidores segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. Hoje, 100 milhões de pessoas são consideradas de classe média - 52% da população (contra 44% em 2002) com renda mensal familiar entre 1 065 e 4 591 reais. Esse grupo aumentou a procura por eletrodomésticos e automóveis, cujas vendas são garantidas pela grande oferta de crédito.
Ainda assim, grande parte da população brasileira parece agora estar mais consciente do problema de aquecimento global e se dispõe a fazer algo - 84% das pessoas ouvidas por um estudo recente do Instituto Akatu para Consumo Consciente. "Mas tudo isso só será possível se houver uma mudança no estilo de vida da sociedade", avalia Helio Mattar, diretor-presidente do instituto. "Em um cenário ideal, o consumo deve ser apenas um instrumento de bem-estar, e não indicador de status."
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